quinta-feira, 30 de abril de 2009

Música Gospel: o Ópio do povo



Esta semana lembrava-me quando fui cursar Sociologia na UFPB, lembro-me do impacto entusiasmático que tive quando me deparei com o Manifesto Comunista, com as idéias de Karl Marx, Hegel, Weber...Aquilo veio como ponto de confronto a todo conhecimento que tinha absorvido durante minha caminhada cristã. Ora, até certo ponto curti a idéia, embora verde ainda, imatura, de que o Comunismo de Marx era similar ao de Cristo. Cristo Comunista?! Sim, era essa a ideia que rebatia diariamente em minha cabeça. Afinal, somos filhos das Justiça, e Jesus foi, diga-se de passagem, um exemplo vivo de inconformidade com sistema com o qual se relacionou (Mateus 5). O grande tiro de misericórdia pra mim foi quando li a famosa frase: "A Religião é o ópio do Povo ", poxa vida, aquilo desmoronou toda minha euforia pelas Ciências Sociais marxistas. Abolir a Religião? E a minha? O que fazer pra ser comunista e ser Cristão ao mesmo tempo?
O fato é que hoje, após 6 anos, posso pensar não mais como menino, posso dizer que já faço digestão de comida pesada e não só de leite. Karl Maxr era inconformado com seu século, e principalmente com a burguesia que oprimia a classe operária na promessa de que embora suas vidas fossem tão sofridas, tão usadas pelos patrões, num futuro, noutra vida, com certeza seriam recompensados com uma vida infinitamente melhor. A Religião os prendiam de qualquer revolta, os amorteciam de qualquer indagação, os anestesiavam em apenas olhar para o alto e esquecer que a vida tão preciosa se prolongava por fraqueza e logo teria m um encontro com a morte. A Religião também acomodava os ricos, eles também se limitavam a olhar para o alto, agradecer a Deus por suas riquezas e se abnegavam a acolher horizontalmente os necessitados e explorados pelas fábricas capitalistas.
Hoje parece-me que tudo se repete. Assim como o sábio Salomão nos alertou, nada há de novo debaixo do Sol, as coisas vão e voltam despercebidamente. Vejo atualmente um mercado denominado Gospel, que por coincidência, ou não, coabita com o capitalismo consumista, que em dias atuais ainda insiste em oferecer ópio aos crentes "indefesos", desprovidos de teor questionador quanto ao que se come, ao que se bebe, e ao que se esculta (me refiro a música). Chamo essa música midiática de ópio por alguns motivos evidentes:

- Adormece o ouvimente a ponto de não fazê-lo pensar na real situação dele mesmo e da Igreja de Cristo.
- Torna-o um consumidor de músicas que lhe ofereça auto-estima, e não a raíz do Evangelho genuíno.
- Não prepara o ouvinte para passar por dificuldades, mas sim para fugir delas.
- Não se satisfaz em adorar a Deus pelo que Ele é, mas sim pelo que Ele faz e pode fazer em suas vidas.
- É a barganha de um "Vencedor" perdido que luta para ser um rico, e não para ajudar os pobres. (Mais BemAventurado é dar do que receber Atos 20:35)
- Ela Vicia. O ouvinte passa a ouvir a música que gosta de ouvir, e não a que precisa ouvir.
- Não se preocupa com a integridade teológica, mas se vai ou não cair na graça do povo, vender muito e abastecer o mercado gospel.

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